Promessas vãs, declarações vazias e falsas predisposições negociais pautaram os 365dias de governação do ministro a quem António Costa entregou a pasta da Educação.
A famigerada disponibilidade e empenho de João Costa, para celebrar com as organizações sindicais, um protocolo negocial para a legislatura, até à data não se traduziram em qualquer resultado efetivo, jamais passaram de uma cruel promessa!
365 dias à espera das medidas e iniciativas do ministro, com as quais prometeu mobilizar professores, encarregados de educação, estudantes e outros parceiros sociais. Com efeito, a prometida mobilização dos agentes educativos concretizou-se, é hoje uma realidade, provocada pela ação gravosa do ministro, que se vê confrontado com uma colossal onda de protestos! Greves por tempo indeterminado, manifestações históricas que, por diversas vezes, entraram capital adentro, vigílias, marchas, e outras iniciativas, semana após semana, têm marcado a vida das escolas de todo o pais.
365 dias de convergências que não se materializaram.
365 dias de compromissos desrespeitados.
365 dias à espera que a “Boa Governação na Educação”, anunciada por João Costa no início do seu mandato, desse frutos.
365 dias de manobras linguísticas, para iludir quem todos os dias, com afinco, trabalha nas escolas deste país.
365 dias em que João Costa e sua guarda pretoriana (diretores das escolas) se empenharam em humilhar, perseguir, punir e assediar os professores, limitando de forma grosseira, o exercício de direitos fundamentais, consagrados na Constituição da República Portuguesa, nomeadamente o basilar Direito à Greve!
365 dias de falsas negociações, lideradas pela prepotência de João Costa, que aproveitou todos os instantes para humilhar os profissionais da educação, ignorando a contestação social que gradualmente tem vindo a tomar conta das ruas! A conciliação, o respeito pela educação, a apresentação de propostas e iniciativas credíveis, jamais terão estado na sua agenda!
365 dias utilizados pelo Ministério da Educação para urdir uma repugnante proposta de recrutamento e gestão de professores, com a qual tem a desfaçatez de pretender resolver os “problemas” dos professores e acrescentar valor à escola pública!
Só um cruel incompetente, como João Costa, se atreveria a infernizar, ainda mais, as terríveis condições de trabalho dos professores. E, efectivamente assim o pretende fazer, dado ter convertido o regime de recrutamento e gestão num modelo de deportação e instabilidade laboral!
A concretizar-se a proposta em causa, iremos assistir ao incremento do absentismo dos professores (face à distância a que estarão das suas residências), ao aumento das rescisões de contratos, à ampliação da precariedade laboral, ao reforço do poder aos diretores (organizados em conselhos de QZP) aos quais serão dadas ferramentas discricionárias, para“fazer calar”opositores internos, aos quais poderão aplicar a pena dos horários compostos, com serviço a cumprir em escolas de diversos agrupamentos!
365 dias de real perda de tempo!
365 longos lamentáveis dias de abusiva governação!
365 dias e noites em que aos professores não foi devolvido um único segundo do tempo que lhes foi roubado – 6 anos, 6 meses e 23 dias.
365 dias de exercício de prepotência e má-fé negocial, no decurso dos quais João Costa e o ministério que tutela, se limitaram a produzir matéria para intoxicar a opinião pública, visando isolar, humilhar, ostracizar e denegrir a honra dos professores e diminuir a escola pública!
Sendo certo e evidente que durante este últimos 365 dias João Costa nada fez para dignificar a pasta que tutela, o que justificará que acreditemos que fará diferente nos próximos 1094 dias, que faltam para concluir a legislatura?
Cabe aos professores exigir, às organizações sindicais que os representam, uma mobilização robusta e consequente, que seja capaz de interromper a desastrosa governação de João Costa.
Os professores sabem, os sindicatos conhecem bem a agenda política e ideológica que norteia este direto discípulo de Maria de Lurdes Rodrigues.
Perante as inúmeras evidências, não há mais dias a perder, é tempo de reivindicar de forma clara e inequívoca a demissão de João Costa, em nome da salvaguarda do presente e do resgate do futuro da escola pública.