O sol vai alto, todos os olhares estão agora no destino – Santo Antão.
Porto Novo ali ao fundo.
É curto o cais! – dizem…
Esperamos que outros barcos zarpem. Ficamos ao largo, motores em marcha lenta, ordena o capitão. Esperamos até tomarmos o cais.
Perfilam-se as Hiaces no muro à espera de quem chega, e depressa deseja partir para outras paragens.
Pois não é esse o meu destino. Ficarei por Porto Novo, porque quem aqui vive também merece.
Em poucos minutos o frenesim do cais dá lugar a uma surpreendente acalmia. Só ficou quem por aqui vive ou tem negócios a tratar.
Tempo de retemperar forças com um típico pastel de milho e um saboroso café da avó, num desafogado pátio coberto do sol e vento.
A hora de minguarda aproxima-se… Ficarei com as ruas cidade só para mim. Erguem-se as casas, fecham-se as portas, fogem os mininus para o aconchego dos seus lares.
Se nas ruas, por esta hora impera o silêncio, nas suas casas as gentes abrigadas do sol, e do vento, falam bem alto.
Parecem casas falantes, abrigos de vozes, peitos de ansiedades e portas de gargantas secas…