Já todos percebemos que Eles se vestem de azul e cinzento. Já ninguém tem dúvidas das suas reais intenções.
Expressões como “territórios espirituais”, “povos irmãos”, “pátria de carácter universal”, “exaltação do povo e de Portugal”, e tantas outras súbtis formas de expressão verbal proferidas pelo Presidente da República Portuguesa nos órgãos de comunicação social, não esconde e até mesmo reafirma o escondido “programa de expansão” territorial.
Esta tem sido a agenda de muitos países europeus – Respeitam-se bandeiras,hinos e lentamente os braços dos todos poderosos cresce, transforma-se e recorre a locuções maquilhadas que os antigos senhores sabem bem decifrar.
Os países irmãos têm um pai: a pátria! (segredam entre si).
Este discurso “renovado” e bafiento envergonha todos aqueles homens e mulheres livres que não esquecem o passado.
É desolador assistir ao silêncio dos frequentadores do Tombo nestes momentos mediáticos. Estes senhores, ditos investigadores, recorrem aos arquivos históricos e pontualmente esclarecem-nos através de livros e artigos hipermedia nem sempre muito imparciais. É compreensível, afinal quem subsidia as academias dos “esclarecidos”, as centenas viagens dos académicos e as suas elaboradas “investigações históricas” parcelares e tendenciosas?
“Somos a voz de um novo tempo pós-qualquer coisa!” (dizem em voz alta.)
É também nestes momentos que os profissionais do ativismo (não confundir com atavismo) vacilam, enfiam o violão no saco e esperam que o vento morno passe.
Cabe-me, no pleno exercício da minha cidadania ativa, expressar e endereçar as minhas sinceras desculpas ao povo cabo verdiano pelos atos e descaramento dos governantes portugueses, neste dia que é só Portugal.