Europa Mon Amour

Os Homens de azul
Saem lavados e aprumados,
a norte.
chegam vorazes traiçoeiros e agiotas,
ao sul.

Trazem malas de cheias de utopias e promessas vãs.
Levam chão, mar e alma para alimentar o secular insaciável desejo de poder dos Homens,
a norte.

Quando tocam chão calvo, disfarçam-se de estatuas, monumentos e memórias de tempos recuados,
procuram altares, tronos e montanhas, escondem-se na palavra, refugiam-se no fonema

e esperam…
esperam…

Somos irmãos, sussurram ao vento.
Quase convencem.

Pai,
a norte.

Padastro,
a sul.

 

Mitos da macaronesia

 

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